terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Também andamos de avião (só fica a faltar o comboio)

O calor esmagava. Literalmente! Não havia forma de refrescar a noite tórrida. Nem as ventoinhas que nos acompanham de "hotel em hotel". Batista e Morais derreteram, enquanto o "boizante" do Loureiro, a partir de meio da noite, refrescou com o... ar condicionado. Pois é... em terra de cegos, quem tem olho... refresca!Eram 04:30 quando já estávamos a pé. Às 05:00 era suposto o chapa de Nampula apanhar-nos. Sim, suposto. O Loureiro, que tinha ido ver o nascer do sol ao mar, logo percebeu que íamos "lerpar" e apressou-nos a ir para o local de encontro combinado. Nada... nada... até que chegou uma jovem, de mala, que também ía para Nampula. Recusou-se a esperar onde estávamos e seguiu para a ponta da ilha. Acompanhamo-la. Afinal, sempre conhece a realidade melhor que nós. "Para Nampula já partiu", garantiram-nos. Subimos então para um chapa que ía para outra localidade, Nacala, mas em que 1/4 do trajecto era o mesmo que para Nampula. Na traseira de uma carrinha de caixa aberta (para nós, já é como se andássemos de BMW) lá partimos em contra-relógio, a ver que a nossa vidinha se ía complicar. Mais uma vez, novo recorde para o Guiness Book. Onde caberiam umas 15 pessoas, conseguiram enfiar ligeiramente mais do dobro. Valia tudo. Não ficou um cm2 para alguém se mexer. Mais uma vez, o claro tom de pele acabou por valer alguns "direitos" (já que também pagámos mais do que os restantes, ao menos tivemos direito a ir sentados). Por 10 meticais (uns 25 cêntimos de euro), comprámos uns 3 a 4 quilos de mangas. Quase o mesmo que em Portugal...Antes de cumprirmos 1/4 do percurso, ultrapassámos a arrastadeira que tinha partido mais cedo para Nampula. No meio da estrada, acabámos por trocar de veículo. Quando vimos a velocidade a que se movimentava, ficámos loucos! Aquela média, dificilmente apanharíamos o avião às 10:15. Lá fomos pressionando... mas aquilo não dava mesmo para mais. À hora que nos garantiram estarmos no aeroporto, faltavam uns 60 km de estrada. Algo manhosa. Exageramos no stress para que o demasiado tranquilo motorista tivesse o pé mais pesado. Ganhámos adeptos e simpatizantes, desejosos de que apanhássemos o avião. Acabámos por "forçar" o motorista a desviar-se da rota habitual para nos deixar em pleno aeroporto (também não andou mais de 500 metros). Hugo Neto e Tiago esperavam-nos para nos dar as malas e receber as chaves de casa. Fomos para o fim da fila do check-in para Maputo e, aliviados com as malas despachadas, ouvimos na instalação sonora: "o vôo XYZ para Maputo está atrasado uma hora e quarenta minutos". Haja paciência... Não caímos e acabámos por aterrar em segurança, depois de ver Maputo desde os céus.

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