terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Ilha de Moçambique

Perder mais três ou quatro dias em machibombos deixou de ser opção. Já tivemos experiências de sobra neste belo meio de transporte moçambicano. Queremos aproveitar melhor Maputo (ao fim-de-semana, claro!!) e o resto da viagem. Assim sendo, optámos por voar. Levantámos cedinho e fomos à LAM. Confirmámos a reserva e pagámos uns 155 euros para fazer Nampula/Maputo. Ainda assim, um sorriso valeu um desconto de uns 30 euros a cada um. O Batista vai cobrar isso no fim.. vai vai..
Enfiados num chapa, partimos para a Ilha de Moçambique. Esperámos que uma hiace de 12 lugares tivesse umas escassas 25 pessoas dentro (todas enlatadas, menos nós, várias em pé) e arrancámos para uma viagem de cerca de três horas. Onde havia très lugares, cabiam, no mínimo, cinco.Á porta da Ilha de Moçambique, a primeira capital portuguesa no país, trocámos para um meio de transporte mais "leve", pois a toyota não caberia na estreita ponte de ligação, com cerca de 3 km. Já comodamente instalados em casa cedida pelo Hugo Neto, partimos à aventura, tentando conhecer a ilha de uns 3 km de comprimento e 600 de largura, uma verdadeira babilónia de culturas e religiões, bem patentes em cada edificio e habitante local. Infelizmente, a Ilha já não é o que era. O que foi uma povoação próspera e organizada (pudemos confirmar isso em fotos anteriores ao 25 de Abril de 1974) não é agora mais do que um amontoado de quase ruinas, que alguns turistas tentam, lentamente, recuperar, com investimento em restaurantes, bares ou pousadas de sonho. A ideia é dar outra cara a um local mágico que tem tudo para ser um cantinho muito especial neste planeta.
Umas 2.000 fotos depois (livra, Morais!!!), e depois de nos descartarmos de um "guia" que nos ameaçou fisicamente (com recurso a amigos, claro) por receber menos do que queria (por hora e meia de indicações "vulgares", pagamos-lhe um dia de trabalho de salário "principesco", mas soube-lhe a pouco). Ameaçou-nos, mas relevamos e não o levamos a sério.
O pôr-do-sol foi invulgarmente... de merda! Sim, literalmente. Como não há saneamento básico, toda a gente (apenas os locais, claro) vai "arrear" à praia, onde as ondas morrem. Decadente, em águas que, ainda assim, parecem paradisíacas. Daí a que só uma praia é segura. Mas, claro, não arriscámos. A solução é alugar um barquinho e ir para uma das várias ilhas desertas à volta.
A Relíquia foi o local escolhido para um dos melhores jantares das férias. Esplanada junto ao mar, velas, musica de fundo, outros portugueses a polvilhar algumas mesas... Tudo tranquilo, tudo excelente!No fim, fomos a um bar. Flora, de nome. No terraço por cima do restaurante. Um lugar mágico e edílico. Com uma vista privilegiada para as estrelas. Sim, tivemos espaço para nos deitar nas almofadas e cada um curtir o momento à sua maneira. Durante longo tempo, apenas silêncio e peito cheio.... No meu caso, ao som desta música...

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