segunda-feira, 30 de novembro de 2009





Red Sonia

Sonia has a key-role in our lovely days in Nungwy.
This 26 years old swedish girl has been travelling for 4 months in Africa. Destiny (or something like that) took us in the same same bus to Nungwi and we finally met at the beach.
It was empathy at first sight and we spend all our time together. Lunches in "caos" Nungwy and dinners at sandy beach,allways with sea as scenary and fresh, tasty fish. Excellent talker, traveller with nice stories, great smile and, from now on, BIG fan of AfricaTrio. Well, if not, we'll cancel invitation to visit us :)))
Dear Miss Darinka, this trip will never be the same without the blue of your eyes and the red of your...










O inferno é ali ao lado

Zanzibar é uma terra de contrastes. Dos mais fortes que se possa imaginar. Nunca qualquer um de nós desfrutou de um mar e praia desta beleza e qualidade, mas este sonho é abruptamente interrompido mal se abandonam as finas areias brancas...

Apocalipse Now
Ao contrário do que relatam as revistas de viagens, Zanzibar está longe de ser um sonho. Bom, para o "turista", não há dúvidas que é, mas, para o "viajante", a história é bem diferente.A pobreza (material e de espírito) que encontrámos roça a tragédia.
Não há uma casa acabada,uma rua asfaltada, sobram os buracos nas ruas que se transformam em piscinas de metros quando chove. O caos urbanístico faz lembrar uma favela, apenas com menor densidade populacional. O lixo é um "bem" comum que ninguém tem problemas em espalhar, no lugar que der mais jeito.Já damos de barato o facto dos turistas pagarem um preço entre cinco a 10 vezes superior em relação aos "locais".
Igualmente chocante é a oferta de sexo pago. Sim, porque ao que todos garantem, não há sexo gratuíto em Zanzibar. Nem para as estrangeiras que se fazem passear com os "beach boys", quantos deles menores e um menos de metade da idade da parceira branca.Turisto sexual masculino é um flagedo de décadas. Agora Zanzibar aposta no verdadeiro "2 em 1".Para aquilatar o profissionalismo, vontade de trabalhar e seriedade da generalidade dos locaiscom quem lidámos, referimos apenas dois factos:
1 - Éramos os três únicos hóspedes ao pequeno almoço. Uma vez na mesa para o tomar, dificilmente este chegava em menos de meia hora. E era apenas fritar um ovo e fazer uma torrada.
2 - Pagámos a Mr. Boss (não lhe conhecemos outro nome) 15 dólares (10 euros - refira-se que os empregados dos vários restaurantes na praia ganham cerca de 50 por mês) para lavar alguma da nossa roupa suja. Passados três dias, recebemos a roupa. Molhada, a cheirar mal e sem quealguma nódoa tivesse saído. Apenas a roupa dobrada.
Valeu a lição, Mr. Boss (sempre presente,nunca mais o vimos a partir deste episódio).











Zanzi bar

Stone Town é a capital da ilha de Unguja (em swahili), que, juntamente com a de Pemba (não a cidade de Moçambique) formam Zanzibar. Esta, juntamente com a continental Tanganhica, formam a Tanzânia. Confusos?
O Morais conheceu um tanzaniano "sério", com uma história de vida de levar qualquer um às lágrimas, que se prontificou a ajudar-nos na chegada à ilha.Na prática, tinha um amigo que trabalhava no Hotel Jambo. Levaram-nos a vários pardieiros,mas nenhum era o Jambo. Optamos, finalmente, por um. Tentamos despistar os nossos voluntariosos amigos, mas estes não se deixaram iludir e lá foram buscar a comissão. 3.000 Shillings, dizem. Com isso, o turista paga sempre o valor do quarto (a negociar) e não se livra de uma ligeira inflacção para a comissão dos novos generosos amigos, quais sangue-sugas.
O jantar no "sea gardens" foi divino. Várias banquinhas ao ar livre a vender comida, uma miniatura do que se passa em Marraquexe.
No dia seguinte, lá apanhámos um taxi para a zona dos autocarros e "dala dala" (metam a pelagra no google imagens) e andámos algum tempo em busca do que ia para Nungwi. Uma vez que a empreitada não se afigurava fácil, lá perguntámos a uma donzela onde nos poderíamos dirigir. Um "gimbras"acabou por ouvir e 30 segundos depois já tinhamnos "brothers" a negociar connosco. A bandeirada nem foi muita: pagámos cada um 1.5 euros por 50 quilómetros de viagem.
Já na rua, negociámos um carregador de malas (com veículo de transporte de vegetais, com duas rodas) até à praia. Em 20 minutos tinhamos encontrado local para ficar. Acertámos o preço e, quando íamos ao mar,verificámos que não tinhamos água no bungalow. Tudo resolvido em três horas por Mr. Flexible. Sim, era este mesmo o seu nome, pelo qual era tratado.
Finnaly, Paradise Times...

FOG THE KILIMANJARO!

Recuperado de franguinho indiano (agridoce e/ou picante), estes três madrugaram em direcção a Moshi para ver o mítimo Kilimanjaro, a maior montanha de África. Os Deuses não colaboraram e o mau tempo (nuvéns, chuva e nevoeiro) estragou os ambiciosos planos.
Após hora e meia de viagem,acabámos por esticar as pernas duas horas em Moshi (cidade base aos exploradores do Kilimanjaro)e decidimos continuar em direcção à capital, Dar Es Salaam. "São seis ou sete horas. Ou talvez nove ou dez", resumiu muito bem um dos passageiros do autocarro da agência Muro. Infelizmente, confirmou-se o pior dos cenários.21 deliciosas chamuças de carne rechearam a bagagem para as longas horas de viagem, onde sobraram pequenos factos marcantes para mais tarde recordar.
Sabíamos que o azar (sim, imbuídos do espírito xxxx africano) nos ía perseguir esse dia e, pouco mais de uma hora depois de partirmos, já o autocarro tinha avariado. Sorte que foi mesmo numa estação de camionagem. Ou a versão africana do que pode ser uma. Dezenas de mulheres e alguns homens atropelaram-se em direcção à janela para vender aos passageiros os seus produtos, maioritariamente legumes e fruta. Enquanto estes "comerciantes"se precipitavam para cada veículo que chegava, sete homens estavam debaixo do nosso autocarros multiplicar-se em engenhocas para o voltar a pôr na estrada. Não demoraram muito mais de meia hora. Podia ser pior.
Pouco depois, voltámos a parar, mas agora para ajudar um outro veículo da mesma empresa. Foram retiradas as pesadas baterias do nosso autocarro para tentar colocar o outro a funcionar. Após uns 20 minutos de tentativas, as caixinhas milagrosas voltaram à base sem chegarmos a perceber se foram bem sucedidas.
Na sauna do interior do "bus", começava a saga do Inspector Seba. Um "jovem" polícia (pelo menos pareceu e o título dá a entender que sim) na luta contra o crime organizado. À parte de representações dignas da qualidade de um vulgar vídeo caseiro, ficaram na retina as cenas de pancadaria, com destaque para aquela em que o herói Seba levou cinco patadas consecutivas nos "guizos" levantando-se de seguida para acabar com dois bandidolas. É o maior!! E, para que conste, o nosso herói é o actor principal, realizador, produtor e sabe-se lá que mais do filme.
Quando chegaram os vídeos da "MTV" local, respirámos de alívio, sem saber o que nos esperava.Marc Anthony não nos era estranho, mas ficamos a conhecê-lo na perfeição. Pelo menos os últimos20 segundos de um dos seus vídeos. Com o DVD riscado, a música "saltava" consecutivamente para um momento anterior e assim continuou durante quase meia hora, até que conseguimos convencer uma colaboradora da Muro a mudar de DVD. UFA!!! Só não sabíamos era que íamos ter de gramar com o Seba novamente... Foi um mimo, aquela dose dupla! Já a trepar paredes e ansiosos que Dar Es Salaam surgisse no nosso horizonte, nem refilámos quando a saga Marc Anthony regressou. "Há dias de manhã, em que um gajo à tarde não pode sair à noite...". Este foi um deles.
Chegados a Dar Es Salaam, nova complicada negociação de taxi para um hotel no centro. À segunda tentativa ficamos no Hotel Sophia, conseguindo baixar os 120 dólares para os 85. Com wireless!!Na manhã seguinte, uma verdadeira novela para comprar bilhetes no ferry para Zanzibar. Inúmeros vendedores aos berros a tentar levar-nos cada um para seu lado. Valeu o facto de já termos algum "calo" na matéria. Após uma viagem de três horas, Zanzibar começou a desfilar aos nossos ávidos olhos...

Noite no Serengeti


Este é o mais dificil dos desafios: falar sobre uma noite de inigualável magia, apesar dascondições adversas e rudimentares em que foi vivida. Mas cá vai...

Chegados ao parque, logo vimos que, ao contrário da primeira "povoada" noite, não havia absolutamente ninguém. Chovia, não havia electricidade e lá estavamos nas mãos de um motorista macambuzio e um cozinheiro lento, lento, lento... len...to...

Uma leoa contemplava-nos ao cimo de uma rocha, a menos de 20 metros. Michel apavorou e nemse atreveu a sair do jipe. Tudo aconselhava dar meia volta e partir e assim fizemos, mas a manobra ainda nem estava completa quando outro veículo chegou. Com um casal sul-africano que nem uma palavra trocou, durante toda a noite. Claro está que acabamos por ficar.

Mesmo pagando um elevado preço pelo programa, decidimos ajudar a montar as tendas e a cozinhar.Na verdade, mal nos viu a "bulir", o motorista foi descansar e comer para a "cozinha" improvisada, enquanto nos fitava à distância. "Os ´pretos´que trabalhem", deve ter pensado. Quanto aos "clientes", sem stress, acabou por ser uma experiência engraçada.O Batista enfiou-se depois na cozinha para acelerar o jantar. A fome apertava. Em vez de serele a perguntar ao cozinheiro o que deveria fazer, era Gregory quem questionava o que deveriafazer. Estranho, no mínimo.

Famintos, os convivas ficaram a saber que a sopa estava pronta há mais de meia hora quando chegou à mesa. O Batista estranhou a demora e tinha ido à cozinha saber o motivo. Não havia. Apenas a "regra" de servir a comida de "enfiada".
Um velho candeeiro a óleo e a lanterna de "mineiro" do John eram a única luz, no meio de escuridão total. No meio da savana, incontável o número e diversidade de insectos que nosrodearam, acabando por ficar presos na sopa e no resto da comida. Vários devem ter sidodigeridos pelo grupo, mas apenas o Rui percebeu que tinha engolido algo com a sopa."Blargh! Parecia que as asas ainda batiam no esófago", lamentou.

Ao contrário dos sul-africanos, que cumpriram rigoroso pacto de silêncio e madrugaram naida para a cama (ficou-nos a clara certeza que não houve prazer na tenda...), dedicimos prolongar a noite e, praticamente do nada, fizemos uma bela fogueira. Mais uma vez, "thanks John".

À volta da fogueira, contemplámos um céu de inúmeras estrelas. Amiude, eramos brindadospor rugidos de leão e o "choro" de hienas. Deram certamente um "elan" especial à noite:no meio de uma "selva" sem regras e com todo o tipo de animais à volta. O fogo manteve-os, aparentemente, a distância segura.

No fim, sobrou apenas o este trio. Duas de "treta" até que os ruídos animais se intensificaram.uma lanterna apontada para a "cozinha", a uns 20 metros, revelou um par de olhos de animal parecia de grande porte. Como quem não quer nada, em breves instantes já estavamosenfiados na "segura" tenda...
Leões e hienas continuavam a fazer-se ouvir, até que tudo ficou em silêncio.

O despertar fez-se com um PORTUGAAAAAAALLLLLL PORTUGAAAAALLLLLLL quando soubemos, por sms,que estavamos apurados para o Mundial2010 de futebol.

Se já não gostavamos muito de Zoo's, agora ficou a confirmação da extrema violência queé para os animais estarem enjaulados em local que nada tem a ver com o seu habibat natural.Imaginem a vossa vida limitada a um espaço de escassos metros quadrados...

domingo, 29 de novembro de 2009

terça-feira, 24 de novembro de 2009

desmentido urgente!

Num dos últimos pots, foi referido que o Batista tinha "mulher". Evidentemente que essa foi a forma mais simples de se libertar da "predadora". Para que conste, não há mulher, nem namorada.

Eventuais candidaturas, é favor contactar Carlos Loureiro e /ou Carlos Morais, que as avaliarão e darão o natural seguimento.

I feel so so lonely... :)))))))))

PS: Morais e Loureiro recordam, às mais distraídas, que estão no mesmo patamar de comprometimento do Batista. Candidatas, é favor enviar CV com foto (detalhada) para o Rui, que fará uma
escrupulosa e rigorosa selecção.










a pureza desvirtuada...

Descíamos a cratera do Ngorongoro pelo lado exterior em direcção ao Serengeti, quando decidimos parar para visitar uma aldeia dos Maasai. Esta tribo está espalhada pelo Quénia e Tanzânia e dá fama a ambos os países, pela sua peculiaridade.

O natural ânimo deu lugar a alguma desconfiança quando percebemos que tínhamos de pagar. Não que ficássemos surpreendidos, mas sabemos que isso afecta o nosso imaginário.
Julius, o motorista que se julga guia, fez o preço em 7.5 euros por "cabeça", mas, a falar directamente com o filho do chefe da aldeia ficou tudo selado pelos cinco. Sem discussão.
As mulheres, enfeitadas, como que de árvores de Natal se tratassem (moda que ganha adeptas em Portugal), cantavam e dançavam, tal como os homens, mas estes com atitude mais viril e guerreria.

Entrados na aldeia, fortificada com ramos de árvores a toda a volta, logo fomos desafiados a saltar mais do que qualquer um dos Maasai.
- "Quem o conseguir fazer, escolhe as mulheres que quiser", desafiou Lukas.
Batista e Loureiro, sedentos de glória, logo trataram de afiambrar umas Maasai (Morais, mais comedido e já com uma "específica" debaixo de olho, registava tudo em imagem).

Lukas separou posteriormente o grupo, encontrando um anfitrião para cada um dos visitantes.
A explicação seria individual, no interior de uma casa Maasai. As múltiplas curiosidades sobre os Maasai não servirão para vos maçar (procurem no google), mas sempre ficam a saber que uma mulher vale umas boas 20 vacas. Se for séria, claro! Caso contrário, é troca directa: mulher por vaca.

As casas são muito rudicas e uns míseros 15 m2 podem albergar até umas oito pessoas. O tecto em bostinha seca: eficaz e já inodor. As Vacas são seguramente a base das suas vidas, pois além das trocas comerciais dão a carne, leite e... sangue, que são a base da sua alimentação.
Tudo isto, claro, a confiar no que nos contaram.

Nas "cubatas", cada um dos zelosos Maasai logo tratou de acabar com as explicações e passar à parte comercial.
Colares que noutros lados custam uns 20 ou 30 cêntimos, ali valiam uns 15 dólares (uns modestos10 euritos). Evidentemente, ninguém gastou um cêntimo lá.

A visita à escola da aldeia é para turista "ver". Inúmeras crianças semi-despidas sentadas ordeiramente com ar aborrecido. O quadro, preenchido a giz, tinha a primeira e óbvia lição, com os números até 10 em swahili e inglês, numa letra "desenhada" de fazer inveja ao melhor dos caligrafistas. Ninguém pediu para ouvir o brilhante inglês das crianças, seria embaraçoso desmontar a "farsa".

Surpreendente que nómadas dominem a lingua inglesa, mas a necessidade aguça o engenho e os euros/dólares são sempre bem vindos. "Para comprar água, roupas e comida para a aldeia", assegura Lukas.
"Também, mas não só", pensámos.

No fim, mesmo sem donativos para a escola (livros e material didactico que, obviamente, não usam), sobraram sorrisos e os desejos de um regresso próximo, com os sempre apetecíveis euros, dólares...

Sem dúvida, os turistas estão a adulterar o "modus vivendi" deste nobre povo,
que começa a perder a identidade a um ritmo avassalador (noutras paragens, sobram Maasai mais evoluídos: com as mesma roupa "nómada", mas já com evoluídos telemóveis, capazes de fazer inveja a este trio).








Serengeti

AfricaTrio numa tenda de dois foi menos custoso do que o planeado. A madrugada foi às 05:0'0' e em poucos minutos já andávamos a explorar as redondezas, onde sobravam pegadas de animais selvagens.
Para não variar, fomos os últimos a tomar o pequeno almoço. Alias, quando este foi serviço, éramos já praticamente os unicos no parque.
Não eramos mesmo os únicos, apenas porque três curiosos Maasai se aproximaram e pediram tabaco. Influências culturais dos senhores turistas...

Desinterassadamente, o Morais ofereceu um cigarro ao mais atrevido. Em troca, uma gratuíta foto do Loureiro e do Batista com o referido trio. No fim, pediram "pasta", mas o Morais, tão teso quanto o Batista (o Carlos é que tinha o dinheiro), pagou a dívida com a oferta de um maçode SG Ventil.
- "Fumar mata", recordou o Batista ao Maasai.
Este sorriu, até porque dominava umas palavrinhas de inglês. Acabou por ler a advertência que sugeria que "o fumo faz mal às mulheres grávidas". Certamente sentiram que não iriam ter problemas...

Deixando para trás a montanha, ao descer para a vasta planície do Serengeti fomos visitar uma aldeia Maasai. Esta experiência será retratada mais tarde em post à parte. Justifica-se!

O Serengeti é do tamanho da Irlanda do Norte. Dá para ter uma ideia? Encontrámos inúmeros familiares dos animais que vimos no primeiro dia, com a emoção e prazer de quem faz algo pela primeira vez. 1001 fotos que poderão ver em breve...

Acabámos por ir pernoitar ao parque Pimbi. Uma maravilha desoladora, com todo o espaço molhado e sem mais qualquer ser humano nas redondezas. Para animar a festa, uma leoa constituia a comissão de boas vindas, deitada em cima de uma rocha, a uns 20 metros daquela que viria a ser a nossa cozinha e a uns 15 do "restaurante".

Michel entrou em pânico. Ann não abriu a boca. John sempre tranquilo, entretinha-se a fotografar. Rui & double Carlos brincavam com a situação, o que agravava o nervosismo da dupla feminina.
Mais tarde, mais dois casais de turistas juntaram-se na pequena clareira, sem saber da história do leão.

Sem electricidade, foi uma noite perfeita...(mais tarde, também saberão o que é uma noite em pleno serengeti, com ruidos de leões e hienas à nossa volta, com uma pequena fogueira a fazer de única
"protecção".

O terceiro dia ficou marcado por um "botão de rosa" de um macaco a outro (e não fez caras feias) e pela morte de um leão, a três metros de nós. Encontramo-lo já com parte do corpo comido, mas ainda respirava.

Desolador. Abutres e marabuntas à volta comiam parte das suas
entranhas.

Volvidas duas horas, estava em posição ligeiramente diferente, mas já sem a companhia das aves.
Passámos por ele uma terceira vez e, para nossa enorme surpresa, senhorial, estava com a
cabeça erguida, mas com os olhos e o rosto a denunciar que estava nas últimas horas de vida.
Um cheiro intensamente nauseabundo e centenas de moscas no seu corpo semi-comido completavam o cenário.
Mesmo avisados, os guardas do parque não quiseram "interferir com a natureza". Mas é certo que depois de esta desempenhar o seu trabalho, a pele do Rei será recuperada e vendida no
mercado negro a um bom preço...








Ngorongoro

Mesmo antes de entrar no jipe do Abraham, ficámos a conhecer ao pequeno almoço dois dos nossos três companheiros de viagem: John e Ann, dois belgas cinquentões, que em muito contribuíram para o êxito desta "expedição". Basta dizer que ele é botânico e domina todos os assuntos relacionados com fauna e flora em África. Foi ele quem nos abriu os "olhinhos" para muitas das coisas que aconteceram no Serengeti e Ngorongoro. E não foram assim tão poucas...
Michel, curiosamente uma inglesa de origem escocesa, completava o grupo. Branquinha, polvilhada de sardas, e oriunda de Zanzibar onde esteve duas semanas em serviço de voluntariado, que pagou. Uns 800 euros para ajudar os mais desfavorecidos. Pena que em Portugal este tipo deserviço comunitário e de ajuda ao próximo não esteja tão desenvolvido.

As apresentações ainda nao tinham sido feitas quando o grupo já estava unido... na indignação pela louca velocidade a que o jipe se deslocava. Podemos garantir que estivemos muito próximos de circular a 40 km/h. Sim, leram bem, não são 400, mas 40!!
Ninguém se calou e sobraram questões ao Julius (o suposto guia, que não passavade mero motorista). Em 20 minutos estavamos parados numa loja de "recuerdos" onde, para abreviar, basta dizer que sobravam máscaras africanas, que em Portugal se compram por 5 euros, a ser vendidas pela bagatela de 800 dólares!! Nada como uma boa gargalhada para desanuviar o mau inicio de aventura.

Trocados os jipes, e finalmente a rodar a velocidade aceitável, chegámos à entrada de Ngorongoro duas horas e meia depois. Começámos a subir e em 20 minutos pudemos avistara imensidão da cratera do antigo vulcão, agora transformada numa mega-planície onde pode ser "saboreada" uma boa "caldeirada" de animais... Gnus, zebras, warthogs, elefantes, leões, hipopótamos, giráfas... inúmeras aves que o John nos ia explicando... e uma paisagem de cortar a respiração. Como poucas no planeta!

Momentos deslumbrantes e um par de horas de sonho, sempre dentro da cratera, que parece ter sido desenhada por mãos divinas.

Saciada parte da nossa curiosidade, eram horas de abandonar a cratera e regresso à entrada do parque para seguir viagem no jipe original onde estavam as nossas mochilas e mantimentos para os três dias.
O que ia ser uma mera troca de viaturas, transformou-se numa imperceptível seca de mais de
duas horas. 20 minutos, na garantia prévia de Julius.
Cumprido esse suplício, lá fomos para o parque de campismo que fica numa das bordas da cratera.
Vários grupos de turistas já jantavam e nós, famintos e cansados, estavamos mais do que receptivos para fazer o mesmo.
- "25 a 30 minutos, no máximo", garantiu Gregory.
45 minutos depois, o Rui voltou à imunda cozinha comunitária para reformulação dos planos do jantar.
- "20 a 25 minutos. Não mais", voltou a asseverar o expedito cozinheiro do grupo.

Umas duas horas e meia depois estavamos, finalmente, a jantar. Já sem ninguém nas outras mesas, pois toda a gente já dormia para madrugar. O nascer do sol nestas paragens agrestes é quase mítico...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Nairobi (Quénia) to Arusha (Tanzânia), adensa-se o "cheiro" a África...


O dia começou cedo. Demasiado. Às 06:30 já estavamos em pé... Deu para ver as cores do nascer do sol no Quénia. Como foi em Nairobi, nothing special...


Depois de três noites na capital do Quénia, a etapa seguinte foi Arusha, já na Tanzânia.Arriscámos a aparecer sem comprar bilhete e tivemos sorte. Arranjámos mesmo uma Hiace e três espaçosos lugares atrás do motorista.À ultima, um velhote americano completou os nove lugares disponíveis. A Gene Harris tinham esfolado 30 dólares pelo percurso que a nós custou apenas 11 euros. Na fronteira, pagámos 50 dólares cobrado 30 dolares pela viagem, que a nós custou "apenas" 14. Ao todo viajamos durante seis longas horas entre territorio queniano e tanzaniano. Não senota diferença: escassa estrada esfaltada, muito pó e demasiados slalons de todos os condutores a evitar os incómodos buracos. Mesmo calado, era um grupo interessante: os três do "costume", um americano importador de arte africana e quatro quenianos (um dos quais uma mulher da qual só ficamos a conhecer os olhos, bem giros por sinal - e, atrevida, jamais desviava o olhar sempre que os nossos olhos se cruzavam).Pelo meio as formalidades da fronteira entre os dois paises. O Visa para entrar no Quénia custa 50 dolares, mas o americano pagou 100 (deve ser pelos olhos azuis, disse ele).

Nas desconfortáveis horas de viagem (notou-se o agravar da seca à medida que íamos para sul)o mais impressionante foi ver miúdos a pedir água à beira da estrada. O condutor da nossa Hiace atirou-lhes uma garrafa de aguanós fizemos o mesmo instantes depois, janela fora. Certamente aguentaríamos mais uma ou duashoras sem líquidos, enquanto estas crianças desnutridas e praticamente sem roupa no corpo...


Incrível o número de cidadãos das dezenas de tribos que povoam estes países. Aldeias de barro e formigueiros gigantesfizeram parte da paisagem, tal como pequenos tufões de areia com empolgante efeito visual.A chuva - bem que esta terra precisa - bem que ameaçou e ainda cairam algumas gotas, mas acabou por ser mera ameaça...


Finalmente chegámos a Arusha. Agora, ao final do dia, ainda nao conseguimos perceber quem ganha a prémio "Chato C'má Putassa do Ano, se as múltiplas prostitutas de Nairobi se os inúmeros vendedores (intermediários) de safaris na Tanzânia."Vingámo-nos" e comprámos o "pacote" a quem menos chateou, no bar do "hotel" onde ficámos.Para memória futura, num país sub-desenvolvido e numa cidade em que jantámos por três euros,demos cerca de 250 por três dias: Ngorongoro e Serengueti. Sabemos que este vai ser um dos pontos altos da viagem... esperamos...


PS: A negociação do preço foi acompanhada por duas senhoras que nos ofereceram a cerveja... só ainda não descobrimos o que Linda e Doreen desejavam em troca. Algum palpite?



PSS: Linda pegou na mão do Batista e, com ar terno, atirou: "Gosto muito de ti"...- Também a minha mulher! Disparou o Rui, tentando, a custo, tirar a mão das suas...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Ja estamos na Tanzania, novidades em breve

Já a sós, e após o jantar e agradável conversa com o segurança do estabelecimento - o Morais sujeitou-se a ser preso por fumar na rua (quem diria que no Terceiro Mundo também há medidas "avançadas"e proibem fumar em locais públicos?) - caminhávamos despreocupadamente para o hotel quando fomos abordados por três castas donzelas que suplicaram pela nossa companhia, segundo as mesmas, "para não ser presas".

Cada um de nós fez o favor de conversar com as novas amizades durante uns 300 metros, atéque a ironia do destino nos levou de novo ao Simmers. Entrámos para ver o ambiente e sobraram sorrisos femininos, oriundos de todas as direcções. Volvidos apenas dois minutos (há quem garanta que não foram mais de 16/17 segundos), já estavamos rodeados por simpáticas senhoras que, discretamente, nos ofereciam os seus serviços. Nunca os especificando.
As sangue-sugas "colam" menos à pele...
Degradante.

Gostaríamos imenso de vos informar do preço do "tombo" em Nairobi, mas, lamentavelmente,nem isso conseguimos saber. O jornalismo de informação luso está de luto...

Vamos abandonar o Quénia. Sabemos que muitos mais locais interessantes haveria para visitar,mas temos de fazer opções. Tanzânia é o destino. "Espertos", não reservámos lugar noautocarro. Vamos aparecer de "surpresa" às 07:30. Também não temos estadia prevista...O Loureiro também ainda não sabe se passa a fronteira com aquele passaporte.
A experiência diz-nos que tudo isto é má ideia... na prática, saberão o resultado no próximo "post".

Hello Africa
















Hilton de borla


We believe there are still good hearted people in the world. Maggie Njange is, for sure, one of them. We wont forget what you did for us in Hilton Hotel.



Ricardo é um Velhuco. Isso mesmo! Um Grande Velhuco! Companheiro, depois de tantos copos em Queimas das Fitas foi bom rever-te. Agora em Nairobi, ondecomeças a constituir família. Foi contigo que começámos a ver África. Ou, melhor, as paisagens que nos esperam em África. Fomos uns 100 km a Norte de Nairobi. O "peixinho masara" estava delicioso e a vista do "lodge" sobre o lago e planície fenomenal. Um local paradisíaco, o primeiro de muitos que nos esperam.
Espero que gostes do Bacalhau :)

sábado, 14 de novembro de 2009

Simmers

A manhã acordou aos tiros. Um após o outro. Pensávamos que era tudo parte da festa. Afinal, o Quénia jogava com a Nigéria para o "play-off" do Mundial2010 e o momento justificava todas as celebrações. Face à insistência do ruído,subimos apressados ao sétimo andar, onde está a piscina do Meridian, e vimos gente a correr em todas as direcções. Numa esquina em frente, três militares pareciam contar as munições. Segundos depois, avançaram, decididos. Não voltamos a ouvir tiros. Foi a última vez que vimos os militares.(Sabemos que é um final seco, mas é a verdade lol)

Calcorrear as confusas e apinhadas ruas de Nairobi não é fácil. Torna-se mesmo desgastante. Demasiada confusão. Ainda por cima, trânsito emsentido contrário ao que estamos habituados e total desrespeito pelas regras.Nada como, ao fim do dia, uma piscina com vista panorâmica. Por nossa conta...Valeu... a repetir!
- És tão bonito, murmurou a estranha, enquanto encostava o seu corpo no doBatista.Surpreso, o Rui indicou à jovem que "o bonito é este aqui", apontando para o Morais, a seu lado. Foi então que a ousada queniana olhou para o fio do Batista (percebe-se umcaldeirão e um feiticeiro - objecto tibetano) e, num ar de quase terror,perguntou do que se tratava. Nem esperou pela resposta. Fugiu a sete pés... Supersticiosa?Naaaaaaa.......No Simmers é assim. Não faltam locais (donzelas, claro!!) ao ataque e turistas (nós, neste caso, os únicos) à defesa. Conseguimos ficar em branco!! Para o ego de qualquer um de nós, sobraram casos que podiam ser aqui relatados, mas não vale a pena maçar-vos com esses pormenores...Apenas uma triste certeza: aqui, em Nairobi, é certamente mais difícil arranjarpreservativos do que com quem os usar.

Hã!!!! Não podemos esquecer que o nosso muy bem amado queijinho custa aqui algo maisdo que os olhos da cara (também não custa tanto quanto alguns de vós estão a pensar).Por nove miseras fatias (umas 200 e tal gramas) sabem quanto pagamos? Sabem?Quem adivinhar (nos comentários), levamos-lhe uma recordação de África :)

Muslim Rules...


... trimm... trim...
Acordámos sobressaltados.- Esperam alguém?, soou uma voz masculina do outro lado.- Duas pessoas, talvez, respondi, ainda mal desperto.- Well, they are three.- Perfeito, pensei.A voz de Nasibo era inconfundível. Mal a conhecia, mas já tinhaconquistado um espaço na minha memória. Ou, para ser mais preciso, na dos três...- Estamos à vossa espera. Descem, ou vamos embora?- Dá-nos 15 minutos...
Foi uma correria, mas em tempo recorde a barba tinha voado e a mesma banheira serviu, consecutiva e alternadamente, três chuveiradas em breves minutos...
Morais perdeu a fala. Ficou maravilhado com a reconhecida beleza de Nasibo, Rukia e Amina. - Estão diferentes sem o traje da formatura... Foram as únicas palavras que conseguiu balbuciar, para as três jovens que lhe sorriam.Cinco minutos depois, Batista e Loureiro tiveram reacção similar. Jamais pensaram que uma brincadeira no dia de formatura (das quenianas) iria acabar desta forma... E o dia foi tão longo...

Sexta-Feira 13

Em breves instantes, África revela-se aos nossos olhos. Não os seus encantos, mas alguns dos "vícios" que amarram o Continente a um Terceiro Mundo do qual será complicado sair.

Incauto, o Loureiro trouxe o passaporte sem páginas em branco. Erro primário para quem viaja. Azar, logo no Quénia o "selo" precisava de uma página inteira livre, que não havia. 25 dólares era o montante para o VISA, mas de 50 que entregou apenas recebeu o troco de 20. E melhor mesmo foi não bufar...

A mala do Mr. Batista chegou sem pega e "cabo" pelo qual é puxada quando locomovida com as suas rodinhas (nenhum dos três se lembra do nome... virus africano.. já começamos a ficar... lentos). Basicamente, trasportar a mala, só a peso. Na óbvia reclamação, o zeloso funcionário andou às voltas até entregar uma cópia onde sublinhava os danos de bagagem pelos quais a BritishAirways não se responsabilizava. Basicamente, a menos que alguém serrasse a mala a meio, nãohá direito a compensação. Já cá fora, directo a um balcão da BA, mas a conversa mole foi a mesma e nem um impresso existia para fazer uma participação.

Entretanto, já tinham fixado em 22 dolares o preço para levar dois turistas (a dupla Carlos & Carlos)de taxi. Já com algum "calo" em "moinas" de vários cantos do mundo, o Batista garantiu ao taxista que por 12 dolares um amigo seu tinha feito o mesmo trajecto um mês antes. Baixou parapois para 15. Mantivemo-nos inflexíveis nos 12.

Ngatia assistiu à conversa e comentou que nos transportaria para o centro. Assunto resolvido, pois aquela hora já não circulam outros transportes colectivos. Conversa interessante com o motorista da universidade de Nairobi. Com 84 dolares mensais
sustenta mulher e dois filhos. Com 10, deixou-nos à porta do Meridian, com um sorriso.

Com outro sorriso nos receberam no hotel, nos levaram a um quarto com qualidade infinitamente inferior ao Meridian standard e ainda com os dentinhos todos de fora nos prometeram cambiar dolares a 71 xelins e acabaram por o fazer a 68. Poupamo-vos aos pormenores no pequeno-almoço incluído que agora custa 11 dolares/pessoa e a internet grátis que entretanto passou a custar cinco euros... nem quisemos saber por quanto tempo.

Perto da meia noite, hora a que chegámos ao hotel, deu para comermos frango churrasco, kebab enrolado num frito de ovo do mais enjoativo possível a batata frita ranhosa cuja gorduraajudava a tornar o chão do restaurante o local perfeito para "patinar"...

Pela primeira amostra da cidade, espera-nos muita confusão e milhares de quenianos em busca de escassos xelins para manter a familia...

No avião, Vítor era o hospedeiro de bordo português (nascido em Angola) que só descobrimos na última meia hora. Um simpático velhote argentino e uma bela donzela da Nicarágua - Jessica - foram os outros conhecimentos que travamos. Ele com saudades das touradas, ela para viver oito meses com o namorado holandês que trabalha no Quénia...

Para uma sexta-feira 13, até nem nos podemos queixar muito...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

África em Londres?

Os caralhos que nos ajudaram...


Caralho aqui, caralho acolá...
Valeu-nos a memória "selectiva" do Mike, motorista de autocarro que faz uma das carreiras de Heathrow até Londres.
- Vocês não enganam, são latinos... Italianos?
- Portugueses - respondemos.
- CARALHO!! - retorquiu.
Estávamos safos, soubemos de imediato.
Em vinte e tal minutos, um serviço VIP com entrega ao domicílio: "Hotel Embassador", na "agitada" Feltham.

Para evitar tentações britânicas, optámos, como bons cristãos que os nossos procriadores tentaram que fossemos, por ficar no quartinho de uma bela casa vitoriana, cujo esplendor já se foi há uns aninhos... mas poucos...

Ainda no aeroporto, o Loureiro corou... vermelhou.. roxou... Pareceu-nos que eram gases, mas foram apenas os nossos amigos da alfandega com razoáveis dúvidas quanto à validade e "integridade" do seu passaporte. A uma distância segura, ainda mandámos umas "bocas" para o relaxar, mas o efeito era o mesmo de um clister super-sónico.
Até pela cara das autoridades, achámos por bem parar... Acabou por sair em liberdade condicional 3 minutos depois...

O vôo da BA foi calminho.... tal como a viagem Porto-Lisboa, no "série 1" do Carlos. Do Loureiro, refira-se. A viagem vai ser uma embriaguês, com um Loureiro e um Morais, ambos baptizados com o belo nome de Carlos. Valha-nos um Rui para desenjoar...

Daqui a umas horas, 10:00 em Portugal Continental (mais hora, menos hora para os nossos amigos dos Açores) estaremos a levantar... vôo :)
A hora a definir, estaremos em Nairobi, a verdeira primeira etapa deste trio, animador de serãos nas populares festas de Agosto... ou talvez não.