Recuperado de franguinho indiano (agridoce e/ou picante), estes três madrugaram em direcção a Moshi para ver o mítimo Kilimanjaro, a maior montanha de África. Os Deuses não colaboraram e o mau tempo (nuvéns, chuva e nevoeiro) estragou os ambiciosos planos.
Após hora e meia de viagem,acabámos por esticar as pernas duas horas em Moshi (cidade base aos exploradores do Kilimanjaro)e decidimos continuar em direcção à capital, Dar Es Salaam. "São seis ou sete horas. Ou talvez nove ou dez", resumiu muito bem um dos passageiros do autocarro da agência Muro. Infelizmente, confirmou-se o pior dos cenários.21 deliciosas chamuças de carne rechearam a bagagem para as longas horas de viagem, onde sobraram pequenos factos marcantes para mais tarde recordar.
Sabíamos que o azar (sim, imbuídos do espírito xxxx africano) nos ía perseguir esse dia e, pouco mais de uma hora depois de partirmos, já o autocarro tinha avariado. Sorte que foi mesmo numa estação de camionagem. Ou a versão africana do que pode ser uma. Dezenas de mulheres e alguns homens atropelaram-se em direcção à janela para vender aos passageiros os seus produtos, maioritariamente legumes e fruta. Enquanto estes "comerciantes"se precipitavam para cada veículo que chegava, sete homens estavam debaixo do nosso autocarros multiplicar-se em engenhocas para o voltar a pôr na estrada. Não demoraram muito mais de meia hora. Podia ser pior.
Pouco depois, voltámos a parar, mas agora para ajudar um outro veículo da mesma empresa. Foram retiradas as pesadas baterias do nosso autocarro para tentar colocar o outro a funcionar. Após uns 20 minutos de tentativas, as caixinhas milagrosas voltaram à base sem chegarmos a perceber se foram bem sucedidas.
Na sauna do interior do "bus", começava a saga do Inspector Seba. Um "jovem" polícia (pelo menos pareceu e o título dá a entender que sim) na luta contra o crime organizado. À parte de representações dignas da qualidade de um vulgar vídeo caseiro, ficaram na retina as cenas de pancadaria, com destaque para aquela em que o herói Seba levou cinco patadas consecutivas nos "guizos" levantando-se de seguida para acabar com dois bandidolas. É o maior!! E, para que conste, o nosso herói é o actor principal, realizador, produtor e sabe-se lá que mais do filme.
Quando chegaram os vídeos da "MTV" local, respirámos de alívio, sem saber o que nos esperava.Marc Anthony não nos era estranho, mas ficamos a conhecê-lo na perfeição. Pelo menos os últimos20 segundos de um dos seus vídeos. Com o DVD riscado, a música "saltava" consecutivamente para um momento anterior e assim continuou durante quase meia hora, até que conseguimos convencer uma colaboradora da Muro a mudar de DVD. UFA!!! Só não sabíamos era que íamos ter de gramar com o Seba novamente... Foi um mimo, aquela dose dupla! Já a trepar paredes e ansiosos que Dar Es Salaam surgisse no nosso horizonte, nem refilámos quando a saga Marc Anthony regressou. "Há dias de manhã, em que um gajo à tarde não pode sair à noite...". Este foi um deles.
Chegados a Dar Es Salaam, nova complicada negociação de taxi para um hotel no centro. À segunda tentativa ficamos no Hotel Sophia, conseguindo baixar os 120 dólares para os 85. Com wireless!!Na manhã seguinte, uma verdadeira novela para comprar bilhetes no ferry para Zanzibar. Inúmeros vendedores aos berros a tentar levar-nos cada um para seu lado. Valeu o facto de já termos algum "calo" na matéria. Após uma viagem de três horas, Zanzibar começou a desfilar aos nossos ávidos olhos...